segunda-feira, 23 de julho de 2018

Valeu a pena esperar Os Incríveis 2?


Eu fui assistir este filme com medo, sério. Os Incríveis (2004) marcou demais minha infância e é um dos meus filmes favoritos. Depois de 14 anos, minha expectativa estava altíssima e eu tinha algumas coisas que queria muito que fossem resolvidas. Sinceramente, por o filme começar exatamente onde o primeiro termina, não entendo porque demoraram tanto. Afinal, era uma das histórias mais fáceis de prolongar da Pixar. Mas, o dia finalmente chegou!

A história é boa, os personagens são desenvolvidos e a trama familiar é mais uma vez cheia de camadas, extremamente humana. É importante lembrar que este filme foi lançado para o dia dos  pais nos Estados Unidos, e portante o Sr. Incrível precisou mostrar que é realmente um super-herói, mas para sua família. Edna e Gelado têm outros lados mais explorados, principalmente o da amizade com a família Pera. Sim, família Pera! As adaptações feitas pela dublagem na época do primeiro filme foram mantidas e deixam a história ainda mais próxima do público. E a qualidade da animação? Os Incríveis mereciam ter um novo espaço em 2018, afinal, toda a computação gráfica evoluiu muuuito. Toda a estética do primeiro filme está lá, mas com as fibras dos uniformes detalhadas de maneira linda!

Bom, agora que você já sabe alguns detalhes sem spoilers, a partir de agora são minhas opiniões sem esconder nada! Você que não gosta de saber da história antes de assistir, esteja avisado.


Uma das coisas mais incríveis do primeiro filme eram as referências ao passado dos quadrinhos de heróis dos anos de 1950 e 1960. Tanto no traço e em algumas cenas. Como quando Wilson apresenta-se em sua sala há um quadro que lembra muito as silhuetas da Liga da Justiça, as tecnologias que mesclam uma aparência analógica com altas funcionalidades e ricaços que tem possuem casas com saídas secretas. Também é fácil identificar as inspirações vindas dos filmes de espionagem na trilha sonora e em momentos de fuga. Ah, e quando Violeta e Flecha fogem para a cozinha dentro do iate me lembrou muito Jurassic Park. 

Outra coisa importante foi o papel da Mulher Elástica. A escolha do protagonismo dela faz muito sentido, mesmo ignorando as tendências de empoderamento feminino destes últimos anos, que tem estado tão presente nas últimas produções do cinema. Afinal, a primeira história foi do Sr. Incrível, mas desde sempre era claro como ela era autossuficiente enquanto heroína. Portanto, não é forçado ou segue uma cartilha.


Nessa mesma ideia de dar espaço a personagens que ainda não haviam brilhado, temos Violeta, Gelado e Zezé. Eles deram vários usos aos campos de força da adolescente e ampliaram a personalidade curiosa e inteligente dela. Gelado reforçou seu papel no trio de heróis principal e o Zezé  foi a melhor coisa do filme. A maior parte das cenas cômicas são com ele, além de sua presença valorizar o novo arco dado ao Roberto - o da paternidade - e continuar nos lembrando ao longo do enredo que o foco sempre será a dinâmica familiar.

Minha única ressalva é quanto a vilã. Achei fraca, comparado ao Síndrome no primeiro filme. Mesmo assim, o problema final que ela causa é bem mais complexo e exigiu mais dos personagens como um todo. Confesso que conseguiu me deixar tensa.

Enfim, tudo que eu queria agora era um crossover entre Elza e Gelado. Ou quem sabe, de toda a família Pera com a família da Merida. Detona Ralph 2 vem aí e sonhar é permitido! Espero que tenham gostado e até o próximo post.

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