segunda-feira, 16 de julho de 2018

Finalmente, aconteceu comigo

Sabe quando tudo vira de cabeça para baixo? Quando suas definições são atualizadas e algumas são informações perdidas, é realmente o momento de sentar e pensar no que fazer. Buscar alternativas. Tentar não perder a cabeça com as circunstâncias. Afinal, elas já estão ali e você terá que lidar com elas.

Dói muito, admito. Há uma ligeira tentativa de disfarçar, mas nunca fui muito boa em manter o rosto inalterado quando acontece algo de ruim. Tentei me manter calada, não olhar nos olhos dos que me cercam. Embora manter uma neutralidade na expressão após o acontecido não foi algo que realmente tenha tentado fazer. 

Quando cheguei na faculdade após o primeiro impacto da descoberta, minha primeira reação foi sentar e começar a reclamar com aqueles que eu sabia que não iriam se incomodar com meus rompantes. Era semana de provas, então fui obrigada a "sentar e pensar no que fazer" depois do choque inicial. "Ainda não me recuperei totalmente", disse para uma amiga, "mas estou aprendendo".

Percebi que faz sentido o que dizem: normalmente, só abrimos os olhos ou saímos da inércia quando somos forçados. Situações extremas geram medidas extremas. Meu cérebro ainda não encontrou uma resposta eficiente para este problema, e enquanto isso, uso o incômodo para continuar escrevendo. Tenho planos grandiosos, embora por enquanto prefira aproveitar as férias para apenas utilizá-los em minhas fantasias.

Enfim, o médico receitou compressas de água quente, um remédio para diminuir e tratar a dor e uma pomada analgésica. Uma amiga receitou alongamentos. Para estudar, baixei um aplicativo que transformava áudio em texto, assim não precisei escrever ou digitar uma boa parte do conteúdo. A pior parte parte veio na semana seguinte: garganta inflamada e rouquidão. Fiquei sem escapatória ou alternativas, justamente quando achava ter encontrado a solução.

Meu ritmo de esforço sempre foi maior que as pessoas do meu convívio, afinal, ter um blog desde os 10 anos e ajudar a fazer banners de divulgação aumentaram consideravelmente meu tempo na frente do computador. Eu sou a maníaca das agendas com enfeites e tabelas muito antes da moda do bullet journal - tenho uma com planejamento mensal toda rabiscada de 2013 para provar -, fazendo listas e fazendo mega resumos desde sempre. Nas férias, costumo desenhar. No fim do ensino médio, eu me transformei em uma máquina louca de anotação e redações. E não podemos nos esquecer do violino. Mesmo assim, inocentemente, nunca achei que fosse acontecer comigo.

Resumindo, três semanas (acho) sem voltar aqui e com uma culpa tremenda toda vez que toco este teclado sem um motivo como de entrega um trabalho ou uma prova para estudar.  Um amigo sugeriu que eu escrevesse, e aqui estou eu seguindo seu conselho. Um paradoxo, se considerarmos que foi este meu excesso de compartilhamento que causou toda essa odisseia. Entretanto, é quando eu mantenho minhas mãos paradas que a possibilidade da dor traz maior incômodo. 

Finalmente, ela aconteceu comigo e terei que lidar com este fato. Tendinite é um resultado, não uma aparição mágica. Agora que estou de férias, poderei organizar melhor meu tempo de atividades e esforço. Ainda não sei como me adaptar, embora esteja tentando aos poucos, e o blog será parte importante de tudo isso. 

Um abraço para quem foi paciente com este pequeno hiato!

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Desejo que se recupere,é evidente seu zelo com o blog.

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