domingo, 20 de maio de 2018

Você valoriza a sua história?









Oi, pessoal! Quero aproveitar esta semana de conteúdo especial e bater um papo com vocês sobre memória. Acho que pelo título do texto vocês já devem estar imaginando onde quero chegar. Vamos lá?

Onde você nasceu, os lugares que frequentou, os amigos que fez, os presentes que ganhou... Cada elemento desses, entre muitos outros, compõem o seu repertório. Aquilo que te faz enxergar o mundo da maneira que só você enxerga. Somos diferentes, e nossa educação (em casa, na escola, na vida) e os ambientes onde estamos, influenciam nisto. 

Agora, me diz uma coisa: por que você não vai ao museu? Quando vai, o que te motiva? Bem, existem uma infinidade de fatores, mas eu quero me restringir a identificação. Para ajudar, um exemplo: há um ou dois anos, houve no Rio de Janeiro uma exposição gratuita de aniversário do antigo programa Castelo Rá-Tim-Bum. Foi um sucesso! Todos foram, inclusive eu e minha família. É necessário ressaltar que o espaço onde ela ocorreu possui exposições gratuitas o ano inteiro, sempre renovando-se, embora receba picos de público em situações bem específicas como esta. 

Vamos avançar um pouquinho: quando as pessoas viajam para Paris elas pre-ci-sam ter a foto com a Monalisa, que está no Louvre. Bem, mas muitas não têm a mínima vontade de passear nas exposições do Brasil. "No Louvre é melhor, tem muito mais coisa", você pode dizer. Sinto te informar: as instituições brasileiras, apesar dos recursos escassos, são flexíveis e criativas, cheias de atividades e conteúdo incrível. 

Também podem dizer: "Se eu não for no Louvre, é como se não tivesse ido a Paris. Todos vão lá." Agora você chegou no ponto! Identificação. Pertencimento. Cultura de massa. Caso você seja familiarizado com outros aspectos desta discussão, aviso minha intenção não é aprofundar-me em um debate político ou ideológico sobre cultura. Para isso, acho melhor um post exclusivo para ampliar certos conceitos. Hoje, quero que você olhe para sua casa e perceba o universo incrível que tem a sua volta. Simples assim.


Uma foto com sua mãe, o álbum de família, os vídeos do Instagram, seus livros da escola que ainda estão guardados. O bairro que você cresceu e as músicas que ouviu. Tudo isso importa. O macro é composto por indivíduos que compartilham (ou não) vivências. Ninguém é neutro ou objetivo, pois estamos permeados de diversas circunstâncias.

Muitos teóricos ressaltam o ser humano e os objetos como um só. Nosso cotidiano é permeado pelos usos que atribuímos a eles, e as coisas tornam-se partes importantes de nossas ações individuais e coletivas.  Não somos partes independentes e desconexas, pelo contrário. E isso se aplica aos saberes intangíveis também.

Você valoriza a sua história? Quando temos consciência de quem somos, por consequência enxergamos melhor aquilo que ainda precisamos fazer.  Não vamos em museus porque muitas vezes nosso repertório educacional não trouxe condições para que entendêssemos que aquilo faz parte da nossa construção como coletividade, ainda que traga representações ultrapassadas ou careça de histórias ainda renegadas, estes aspectos poderiam ser ressignificados.

Não gostamos de museus porque eles, na maioria das vezes, possuem o estereótipo de vindos de um passado muito distante, como cápsulas do tempo. Embora até uma "cápsula do tempo" não seria algo inerte, porque você já teria entrado nela. O espaço já teria te recebido, e portanto, haveria se influenciado. Como diz a música, "nada do que foi será".

A memória é construída e vivida pelas pessoas. O museu não é (e não pode ser) estático, ele está no século XXI. Da mesma forma, a sua história não é apenas aquilo que está ou possivelmente entrará nele. "Você valoriza quem você é?", seria uma pergunta boa para título também.

Espero que esta conversa nunca se acabe! Gostaria muito de ouvir a opinião de vocês. Se ainda não segue o blog nas redes sociais, os links estão todos na barra aqui ao lado dos posts. Amanhã é segunda-feira, então voltamos a programação normal do blog.

Aguardo vocês!

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