segunda-feira, 5 de março de 2018

Projeto de leitura: Os Miseráveis, de Victor Hugo (Tomo 1)


Estou esperando para vir aqui contar  sobre esse livro desde a Bienal.  Meu objetivo é contar minha experiência de leitura, compartilhar minha empolgação e dar um pouco mais curiosidade a você sobre este clássico maravilhoso. O "resumo", ou comentários específicos sobre a história, farei no post sobre o Tomo 2, quando tiver acabado de ler toda a obra. A história foi dividida por conta de seu tamanho, para que o manuseio do livro fosse melhor. Há outras edições neste estilo também, de diversas editoras.

Ficou grande, mas é com carinho. Pelos trechos em negrito você pode encontrar o assunto que mais te interessa, se não quiser ler tudo ou estiver procurando uma informação específica.

Primeiro, vamos contextualizar: foi publicado em 1862, ou seja, se enquadra no período do Romantismo. Muito nacionalismo, conflitos individualistas inseridos na trama e uma ebulição de ideias, como republicanos, monarquistas e outros grupos  encontrando-se diversas vezes. Eu recomendo que você dê uma relembrada em 1789 antes de ler este livro: são muitas referências a personalidades e questões relacionadas a este período revolucionário. Indico o documentário do History Channel; ele é bem completo, fala dos 10 anos da revolução. Eu e meus amigos temos muitas piadas sobre ele porque vimos mais de uma vez na escola, mas vale super a pena.

Os Miseráveis NÃO se passa durante a Revolução Francesa (com os cumprimentos, VevsValadares). A trama envolve diversos personagens, crescimento de alguns, morte de outros, existindo um intervalo de mais de 10 anos entre alguns acontecimentos, por exemplo. A ambientação do livro está principalmente durante a Restauração Bourbon - após a queda de Napoleão - e vai até a Revolução de 1830 (clique aqui para um resuminho bem prático).

 

Quem é o personagem principal? Bem, Jean Valjean nos guia pelos acontecimentos, sendo o fio que liga as diversas tramas que o autor cria, porém ele não é o único protagonista. Mesmo assim, todos tem detalhadas descrições de caráter; os demais protagonistas muitas vezes são os que ditam o próximo passo, transformando Valjean e suas ações em meras consequências, reforçando que ele faz parte de um todo. Para você entender melhor: a primeira pessoa a quem somos apresentados é o bispo D. Bienevu - um personagem de atuação relativamente limitada no todo da trama - tendo sua presença permeando toda a história, fazendo com que o narrador reconheça sua influência como transformadora e decisiva diversas vezes. 

Há diversos momentos de corte: de repente, entre um acontecimento e outro, Victor Hugo separa um espaço para explicar o contexto, para nos mostrar memórias de um personagem ou simplesmente comentar fatos de um ano específico, como em um capítulo logo no início sobre 1817. São as famosas digressões do autor, que reforçam que Os Miseráveis não é apenas uma história, mas também um retrato da sociedade francesa daquela época. Confesso que às vezes foi um pouco frustante: é como se jogassem um balde de água fria na minha empolgação.  Durante um imenso pedaço sobre a batalha de Waterloo eu parei de ler diversas vezes. Depois que cheguei no ponto de vista de Marius e tudo fez sentido, a gente perdoa o autor, mas deu um trauminha.



Outra coisa importante de comentar são as notas de rodapé. Eu simplesmente não consigo ignorá-las, e ainda bem! Victor Hugo usa referências o tempo todo, e normalmente sobre coisas que particularmente eu não conhecia. Jornais da época, artistas, às vezes até mudando aspectos de sua própria vida.

Baseado naquilo que conheço de Revolução Francesa, mesmo não sendo especialista, dá pra reparar que o tradutor em certas explicações escolheu abordar uma personalidade ou acontecimento somente de um determinado ângulo, mais próximo da intenção que o autor tinha ao utilizar aquela referência. A escrita não é difícil e as viagens nas opiniões de Victor Hugo são super interessantes. Não reparei em erros ou discrepâncias na tradução. A introdução dessa edição (selo Penguin Companhia, da Companhia das Letras), nos explica que ela foi revisada e atualizada para melhor entendimento na atualidade, mas tentando sempre se manter fiel as marcas da escrita original.

Eu comentei no blog que estou tentando aprender francês sozinha, e ao longo do livro tem muuuitos poemas e canções populares no original, com traduções no rodapé, embora existam certos trocadilhos que são intraduzíveis. Este contato com a língua e a cultura me deu um gás maior pra continuar tentando aprender o idioma.

Abaixo, minha playlist com algumas resenhas que já vi ao longo da vida sobre o livro e que me motivaram para que um dia eu tivesse curiosidade de lê-lo, além do documentário que linkei acima:


Além do próximo post para fechar o projeto, no Instagram do blog estão concentradas várias fotos, pensamentos e atualizações imediatas que são feitas durante a leitura com o marcador #LendoOsMiseráveis. A ideia é que eu acabe até o dia 12 de março, para aproveitar o tempo livre das férias e fazer uma leitura por inteiro, sem ser atrapalhada pelas atividades da faculdade. Já comecei o Tomo 2 e estou mega curiosa para saber o final deste calhamaço. Espero você aqui nos comentários e nas redes sociais do blog, me dizendo se tem vontade de ler, se já leu outra obra do autor, enfim... Vamos conversar! Um grande beijo e até o próximo post.

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