sexta-feira, 18 de maio de 2018

7 fatos que descobri cursando Museologia


Já falamos sobre a origem da área, como a formação está atualmente e algumas histórias polêmicas. Hoje eu vou abrir meu coração! Quando eu entrei na faculdade de Museologia nunca imaginei que um curso que lida com mediação cultural, educação e tantas outras áreas teria tantas peculiaridades. Ao longo deste um ano e meio, a gente vai se familiarizando com situações e organizações muito próprias da área, de (quase) nenhum conhecimento público. Até agora.


1 - ICOM, ICOFOM, IBRAM
Nem sabia que essas organizações existiam ants de entrar na faculdade. Já mencionei um pouco sobre isso neste post, mas hoje é o dia de você sair daqui fera, sabendo tudo das esferas públicas. 

ICOM: a sigla é em inglês, mas traduzindo fica "Conselho Internacional de Museus'. O ICOFOM é o Comitê Internacional de Museologia, alguns consideram o "braço teórico" do primeiro. E o Ibram é o Instituto Brasileiro de Museus, sujeito ao Ministério da Cultura.


 2 - É muito raro um aluno de Museologia ter desejado entrar neste curso
A maioria cai de paraquedas. Normalmente, a nota no Sisu não alcançava o curso dos sonhos, mas para não ficar sem ocupação ou desperdiçar o Enem, arriscam a Museologia. Muita gente sai, mas também muitos se descobrem na área. Este é o meu objetivo ao falar do meu curso: quem sabe você aí que está me lendo não pode ser um futuro museólogo?

3 - Os grandes museus publicam, pesquisam e divulgam seu material.
Museus não são apenas o que você vê na exposição. Esta é apenas a ponta do iceberg, e abaixo dela você encontra equipes, reserva técnica, eventos e atividades, mas principalmente, pesquisa científica. Quero ressaltar que estou me referindo especialmente aos grandes museus, com recursos razoáveis. Se você for no site do Louvre, British Museum, Museu Histórico Nacional, Museu da República, MASP - entre tantos outros que ficaria o post inteiro citando -, vai encontrar uma variedade imensa de pesquisa produzida.

4 - Todo mundo se conhece (ou já ouviu falar do outro)
Eu tenho professores que estão/estiveram em equipes em praticamente todos os museus que eu vou. A Museologia é uma área recente, em expansão. O mercado de trabalho não é tão escasso como muitos pensam, mas também não é extraordinariamente extenso. 


5 - Museus não guardam tudo
Não são depósitos. Museus que não tem política de descarte ou doação enfrentam sérios problemas. O trabalho do museólogo pode lidar com estas questões: o que é relevante ser guardado? Que histórias devem ser divulgadas? Por isso, apesar de muitos não nos conhecerem, nossas decisões repercutem na sociedade de maneira muito clara.

6 - Somos mais necessários do que você imagina
É lei, galera: segundo o Ibram, existem 3.200 instituições museológicas no país todo (cadastro de 2010) e todo museu no Brasil deveria ter um museólogo. Normalmente, profissionais de outras áreas acabam assumindo a direção das instituições. A situação é problemática porque aqueles que estudam Museologia possuem uma formação teórica e prática específica. A maneira que um antropólogo, historiador, professor ou biólogo enxerga os objetos é diferente do ponto de vista teórico de um museólogo. Além disso, organizações privadas também podem possuir centros de memória particulares, famílias e artistas podem preocupar-se na organização de seu acervo, enfim... Estamos em mais lugares do que a maioria pode enxergar.

7 - "Museologia? Que legal, vai trabalhar com música!"
NÃO, NÃO e NÃO. Descobri que assim como eu, muita gente não teve contato com a existência da área durante a vida. Que fique claro agora e para sempre que Museologia não é sobre música. 
Desde já agradeço. 

Esta lista é um pequeno fragmento de como tem sido minha experiência no curso. Espero que estejam gostando e compartilhando a série com seus amigos, assim todo mundo pode conhecer um pouquinho mais deste universo. E lembre-se: a semana ainda não acabou! Até a amanhã!

Nenhum comentário:

Postar um comentário