segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Resenha: Melodia Mortal, de Pedro Bandeira



Esta foi minha última leitura de 2017, aquisição da Bienal do Livro. Caso você ainda não acompanhe o Estação Com Cor nas redes sociais, corra pra não perder as atualizações diárias da #JornadaMLV e do meu projeto de leitura de Os Miseráveis. No fim da maratona a gente conversa sobre minhas experiências de leitura em janeiro, que estão sendo super intensas. Agora vamos a resenha!

Pedro Bandeira e Guido Carlos Levi trazem relatos nunca antes vistos de Sherlock Holmes. O famoso detetive, ao investigar diversos casos, se depara com as histórias, mitos e lendas em volta de diversos gênios da música, principalmente a causa da morte de cada um deles. Afinal, Watson e Holmes estão presenciando as transformações da ciência e utilizam as novas tecnologias para aprimorar seus laudos. 

Paralelo aos relatos de John H. Watson, somos apresentados a Confraria de Médicos Sherlockianos.  Este grupo peculiar de médicos e cientistas, fãs de carteirinha do detetive, repetem a prática de questionar resultados do passado. São histórias de certa forma independentes, sendo cada capítulo uma investigação e uma personalidade musical relacionada diferente.



Este livro não estava nos meus planos de compra da Bienal. Saí correndo pra dentro do estande da Rocco quando vi que o Pedro Bandeira estava autografando (sem senha!). Ele é meu segundo autor nacional favorito, e por saber que naquele dia ele estaria nos eventos, levei O Anjo da Morte do meu pai na bolsa e fui recompensada por olhar diversas vezes a grade de horários até decorar.

*MELODIA MORTAL: Pedro Bandeira fala sobre seu novo livro
Não foi uma leitura rápida. Guido Levi é médico e compartilhou com Bandeira "seus planos de escrever artigos examinando, à luz dos conhecimentos da medicina contemporânea, os indícios possíveis de serem levantados sobre as mortes polêmicas de alguns grandes compositores da música clássica"*. Esta parceria técnica levou a criação desta ficção adulta, com uma escrita que respeitou o estilo de Arthur Conan Doyle, somada a muita informação de medicina. 

Eu não sabia deste caráter quase experimental da publicação e fui esperando algo parecido com Os Karas. Portanto, meu contato inicial foi arrastado, pois não temos nada minimamente semelhante a série infanto-juvenil. Deixei o livro encostado por um mês depois de ler o primeiro capítulo. 


Ainda bem que retomei.

Melodia Mortal prova a versatilidade e a qualidade de Pedro Bandeira como autor. Ao fim de cada capítulo há um quadrinho com informações sobre o músico citado, incluindo as composições ou interpretações mais fundamentais para conhecê-lo, transformando o livro num guia cultural muito interessante e original para aqueles que não conhecem a música clássica. Este papel de introdução a novos mundos culturais envolve também o fato de trazer Sherlock Holmes nesta nova abordagem, dando a possibilidade de se aventurar àqueles que tem medo de ler os originais pela presença do rótulo "clássico" 

Não foi uma experiência estrondosa, mas curiosa. Você não vai ler uma sentada, apesar das poucas páginas. Minha restrição vai para os que não conhecem coisa alguma de Pedro Bandeira (um pouco difícil, mas possível) ou estão se inserindo agora no mundo da leitura. É para ser lido pacientemente, aproveitando os diálogos com o patriotismo dos médicos e as esquisitices do detetive e seu fiel escudeiro. 

Até a próxima leitura!

2 comentários:

  1. Oieee,
    Muito interessante despertou minha curiosidade, do Pedro Bandeira só começo os livros infanto-juvenis mas irei me aventurar nessa obra.
    Amei a recomendação!

    https://amorpeloslivrosapl.blogspot.com.br/

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    1. Pedro Bandeira é aquele autor que eu leria até a lista de supermercado ahaha Um beijo!

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