segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Escreve, menina


Escreve, menina. Faz bem. A gente esquece disso algumas vezes, pensa que anotar no celular um parágrafo sem nexo, ou uma foto vai resolver. Escreve, menina, Pega o papel e força quando não sair. As letras fluem pelo teu sangue, a imaginação faz parte das tuas células. Os dedos correm pelas teclas e balançam o lápis sem tu perceberes. Transforma teus amigos em personagens, constrói imagens complexas ou perfeitas demais e os insere em suas histórias.

No mundo lá fora venta forte e a poeira é trazida e se deposita no caderno que você deixou largado. Não repita esse desleixo, menina. Quando a gente corre tem que treinar com frequência, para que o seu corpo se acostume com o cansaço e crie um hábito. Pense em seu caderno como uma maratona: cada página será um metro, e o lápis são os teus tênis que precisam ser amaciados todos os dias. Escreve, menina. Até o piloto automático precisa ser acionado por alguém.

Acorda, respira, come, abraça a família, anota na mente, escreve. Você esqueceu como é bom, não é mesmo? Tudo bem. Joga as preocupações pro alto, menina. O lápis é a vacina pra esse teu sangue de palavras. Pega as preocupações que você jogou com balões, elas descerão lentamente e se deitarão nas suas folhas. Mistura em laços, castelos, purpurinas e se deixe levar. 

Amarre os cadarços, está na hora de correr.

Escreve, menina. 

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