segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Resenha: Um Ano Inesquecível


No post de favoritos do mês eu citei esse livro e prometi uma resenha. Cá está ela! Não é um livro perfeito, isso posso adiantar, mas é cheio de humor, leveza e personagens cativantes; acho impossível você não conseguir conectar com nenhuma das protagonistas.

Um Ano InesquecívelSinopse: Dizem por aí que os melhores momentos da vida são vividos na adolescência. Os primeiros amores, os encontros, as festas, as viagens, as surpresas... E são sempre os instantes inesperados que transformam um dia comum em uma lembrança especial, daquelas que nunca deixarão de nos acompanhar. Este é um livro sobre esses momentos doces e sensíveis que não se apagam da memória tão facilmente. Quatro contos, em quatro estações do ano, sobre jovens que passam por vivências e sentimentos intensos. Paula Pimenta nos leva em uma viagem de inverno. Babi Dewet conta como um outono pode mudar tudo. Bruna Vieira mostra a paixão brotando com a primavera. E Thalita Rebouças narra um intenso amor de verão. Histórias de um ano inesquecível que vão ficar para sempre!


Vamos começar com um aviso: não dá pra contar muito das histórias, afinal como são contos, o pouquinho que se revela já pode estragar toda a intensidade com que as coisas acontecem. O que pretendo aqui é apenas "avaliar" as histórias de modo geral, ok?

Enquanto a neve cair

Tive alguns problemas: a protagonista é muito chata. Sério, no início ela é insuportável. Meu conselho: não desista da história. A personagem evolui, ela conhece pessoas muito legais e amadurece bastante. Vi pessoas que acharam a Mabel super divertida e atrapalhada, então pode ser que você pense diferente quando ler o conto, mas a personalidade dela realmente me incomodou. 

A relação dela com as amigas, com os pais, e principalmente com o irmão, simplesmente não me pareciam reais; você pode discordar comigo quanto a questão do irmão, mas eu me dou bem com a minha irmã mais nova, então não deu certo comigo aquele drama todo. Pareceu que a intenção da autora era retratar as típicas confusões de um "coração adolescente", mas os exageros da Mabel não me ajudaram a gostar da história. Adoro as crônicas da Paula em Apaixonada por Palavras, mas dessa vez não consegui me conectar.  Outro ponto que atrapalhou a minha leitura foi o fato de que tudo se passou em apenas uma semana; achei corrido e forçado. 

Agora, vamos para as coias boas: meu personagem favorito foi o Ben, sem sombra de dúvidas! Fofo e muito carismático, na primeira aparição dele já sabia que viria coisa boa. O final também é legal, e como disse acima, a Mabel evolui. Ah, e esse conto me deixou curiosa pra ler Fazendo Meu Filme, sim! Apesar de tudo, a escrita é gostosa e leve. Ainda não desisti da autora, ok pessoal?

O som dos sentimentos 

Nunca tinha lido nada da Babi, e depois da decepção no primeiro conto, não poderia esperar nada melhor! Não preciso nem pensar duas vezes: melhor conto.

A história é narrada por dois pontos de vista: a Anna Julia e o João, o que foi ótimo, assim pudemos entender os dois personagens de uma forma bem ampla.

Em um momento da história Anna faz algo "errado", mas que com certeza deve ter recebido apoio da maioria dos leitores pela forma com que tudo estava acontecendo; foi nesse momento que percebi o quão maravilhosa estava a história: a Babi deixa a gente decidir sobre a postura da protagonista, mostrando os sentimentos de Anna em relação ao que acontecera e a reação de João sobre a postura dela,  sem nos induzir a pensar se foi algo ótimo e aventureiro ou se foi algo que devemos reprovar.

A Babi conseguiu desenvolver tudo de uma forma maravilhosa. Li em menos de duas horas, e quando acabou, senti uma ressaca literária equivalente a um livro inteiro. A autora conseguiu fechar todos os pontos de uma forma muito sensível. Tanto as descrições como o decorrer da história tinham uma delicadeza. Mal posso esperar para ler outras coisas da Babi!

A matemática das flores

Do meu ponto de vista, a Bruna Vieira só não ganhou da Babi porque eu gamei na escrita do conto anterior. A blogueira está mais uma vez surpreendendo! 

A Jasmine é muito real, começa por aí. Quer ser independente e provar sua responsabilidade, portanto suas dificuldades podem acontecer com qualquer garota. A relação com a família também é muito palpável; outro ponto positivo em relação a protagonista são as características físicas: em plena época que a aceitação está na moda (algo que já deveria ter acontecido há muito tempo), colocar uma menina com cabelos cacheados poderosos não poderia ter sido escolha melhor! 

Tudo é muito intenso; muitas coisas acontecem, mas a Bruna conseguiu fechar tudo, sem deixar uma única ponta solta. Fui sugada e iria adorar se a Bruna lançasse um livro dessa história, como uma "versão estendida" ou uma continuação!


Amor de carnaval

O conto da Thalita é algo a parte: muito bem humorado e com bastante agito! Você sente que está conversando com a autora, sabe? Eu já teria tido essa impressão de qualquer forma, mas depois de conhecê-la na Bienal e ter trocado rápidas palavras com ela, isso pra mim ficou ainda mais forte.

O trio principal de amigas é uma graça e as coisas que acontecem com elas vão te fazer rir muito. É uma história bem leve que dá pra ler rapidamente!

Tenho a impressão de que de todos os contos, esse foi o mais focado nas leitoras mais novas. Nunca tinha lido nada da Thalita, mas sei que o público dela é justamente esse: meninas que estão no início da adolescência. 

Como disse, é uma história a parte: dá pra ver que a preocupação não é fazer uma história mega elaborada ou cheia de mistérios, mas sim conectar as personagens com as leitoras e fazer a gente rir um pouco (o que também é bem legal!).


Espero que tenham gostado dessa enorme  resenha. Fiquei muito feliz de escrevê-la, afinal, mesmo estando na minha wishlist, ter conhecido duas dessas autoras me deu ainda mais vontade de ler os contos! Contem nos comentários: qual foi a história favorita de vocês? Beijos e até o próximo post!

2 comentários:

  1. Eu amei o conto da Babi Dewet! Preciso conhecer ela imediatamente. Foi tão real, senti que poderia acontecer com qualquer pessoa!

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