Uma segurança impressionante vinda de seres tão meigos e de aparência frágil. Depois de alguns meses seu caderno de desenhos só apareciam borboletas e suas flores; depois, ela comprou um caderno com linhas pra poder explicar em palavras o quanto aqueles momentos em seu jardim a inspiravam.
Em um belo dia, ela avistou um homem com uma rede imensa tentando pegar suas preciosas amigas. Ela saiu correndo pra impedir; assustado e sem nada entender, foi embora. Ele não conseguiu ver, por conta de seu rápido encontro com a moça, que ter as borboletas ao redor dela, era uma das poucas certezas que possuía.
Era verão, e o vento morno daquela casa de apenas uma moradora, deixava tudo ainda mais incômodo. As férias do trabalho uma hora iam acabar, e uma decisão precisaria ser tomada: continuar voando contra o vento ou pousar e esperar?
Ela havia aprendido a dádiva de saber esperar o tempo passar; tinha aprendido que grande parte de seus desafios dependeriam apenas dela mesma para serem concretizados. Aprendeu também que a cidade grande ainda estava lá esperando sua volta, com todo o barulho e a poluição de sempre, sem se importar com sua idade, CPF ou com suas incertezas.
A tranquilidade do jardim agora estaria apenas numa lembrança boa. As borboletas apenas em seu pensamento. E sua vida, esperando.
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