Aquele dia tinha sido difícil. Aquela garota, andava preocupada na rua. Seus olhos estavam tempestuosos, e seu cabelo ruivo claro, voava lindamente, mas incrivelmente sem nenhuma beleza. Apenas realçava seu rosto turbulento e cheio de preocupações.
A mochila estava pesada, ela andava com pressa. Ela usa o uniforme da empresa onde trabalha. Sua amiga ou colega, não sei, conversava com ela, mas não dava pra saber se aquela garota prestava atenção. Seu celular toca; ela parece preocupada com o que dizem no outro lado da linha. O sinal fecha e aquela garota fica com o rosto mais fechado. Realmente ela estava com pressa. E agora, ainda mais preocupada. A amiga dela atravessa e vai para um lado, e aquela garota, para o outro. E isso se repete todo dia.
Talvez ela chegue em casa e tenha uma família conturbada. Ou talvez o namorado dela não seja dos melhores. Talvez ela só esteja com muita pressa mesmo... Uma pena. O céu estava tão bonito quando ela atravessou a rua. Aquela garota não viu. Aquele instante, ela perdeu. Tristeza demais nos olhos para uma jovem.
Mas ela tem cara de que gosta de escrever. Na mochila dela está escrito "Dê asas a sua imaginação". Aquela garota também sempre carrega um fichário... Mas um dia, ela andava chorando. De repente aquela garota joga uma folha no chão. Ato horrível por sinal, mas do jeito que a ruivinha sempre está com a cara amarrada, talvez ela seja ocupada demais para lembrar do meio ambiente.
A folha amassada. Aquela foi minha pista. Pessoas preocupadas sempre tem uma forma de amenizar o que as atormentam; ou pelo menos, tentam. Aquela garota tem cara de intelectual, então duvido que seja um desenho. Tenho 98% de certeza de que era um texto, afinal é só um palpite. Afinal, não a conheço. Não peguei a folha do chão, não sou intrometida... todos os problemas dela deviam estar ali. Lista de supermercado não faz ninguém chorar, mesmo quando nos damos conta de como tudo está tão caro. Mas assim que se livrou daquilo ela dão uma gargalhada tão alta que deu gosto de ver.
Não sei o que houve depois daquele episódio. Só sei que nunca mais a vi... Quer dizer, nunca mais a imaginei. Aquela garota deve ter encontrado seu rumo. Quem sabe depois ela volte em meus pensamentos e me dê ideias para escrever uma história sobre a felicidade dela.
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