domingo, 2 de setembro de 2018

Um desabafo sobre a tragédia do Museu Nacional


Agora são 21:20 desta triste noite de domingo. Tenho amigos que mandaram mensagens dizendo que choraram, outros já estão revoltados. Não sei ainda o que sentir. Decepção, raiva, revolta e muita tristeza talvez sejam bons adjetivos. Fui algumas vezes ao Museu Nacional, quando pequena e recentemente, este ano mesmo. Já fui com pressa procurando algo específico, com calma olhando apenas esta ou aquela sala. Vi as múmias e os dinossauros, os vasos de Pompéia, o meu amado Bendegó. Tenho professores que trabalham lá e uma museóloga aposentada que me ensinou muito também. Histórias sobre ele, nele e a partir dele não faltam, posso te garantir.

Liguei o computador porque estou doente e minha garganta dói, não conseguiria falar tudo isso. O nó que se formou de tristeza só piorou a situação, principalmente depois que meu avô me ligou e a ficha começou a cair. Minha vontade foi gritar para todos ligarem a TV ou irem no  portal de notícias mais próximo para sentirem um pouco do que precisa ser sentido quanto a esta perda. Não pode ser deixado de lado, isso eu te garanto. Como muitos dizem, um país que não sabe seu passado não pode construir um futuro.

Impotente e transtornada é como eu me defino neste exato momento. Não estou muito preocupada em concluir este texto de forma encorpada porque nada ainda possuiu conclusão. Investigações precisam ser feitas, avaliar se algo sobreviveu e lançar um alerta geral - mais uma vez depois que uma tragédia já aconteceu,infelizmente - para tentarmos resguardar o que temos em tantas outras instituições culturais incríveis. Meu único pedido é que você sinta com força, não se esqueça rapidamente. A perda só será completa se apagarmos o Museu Nacional de dentro de nós. Que eu e você não deixemos isso acontecer.

LUTO

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