segunda-feira, 20 de novembro de 2017

5 dicas pra gostar de A Filha Perdida, de Elena Ferrante



Este livro foi uma das compras da Bienal do Livro (YAY!), e uma das leituras mais surpreendentes do ano. Foi minha primeira experiência com Elena Ferrante e posso dizer que estou curiosa para aprofundá-la. Por outro lado, apesar de ter me sentido satisfeita ao terminar, levei um tempo pra entender se realmente estava gostando. Foi um estilo de escrita diferente de tudo que já havia conhecido e por isso levei tempo para me acostumar.

Pensando nisso, se este for seu primeiro contato com a autora também, resolvi listar coisas que aconteceram comigo para que o processo desse certo.



1. Conhecer muitos detalhes da história pode estragá-la, pois a narrativa é justamente pautada em um relacionamento crescente com a protagonista e com os que a cercam. Até mesmo a pontuação nos diálogos é organizada de maneira mais fluida, fazendo com que tudo o que a personagem faça realmente nos dê um sentimento de continuidade e de acompanhamento verossímil de suas emoções. 

Portanto, esta é minha "sinopse": 
Leda, uma mulher imersa em lembranças e fantasmas, resolve viajar para o sul da Itália buscando refúgio. Durante sua estadia, acaba por encontrar pessoas que a fazem refletir sobre suas escolhas, seu passado e o futuro. 




















2. Vamos ler sobre sobre mulheres, escrita por uma mulher. 
Tire um tempo pra contar na sua estante quantos homens e quantas mulheres você tem assinando o que você está lendo. Provavelmente, a presença masculina será maior. Não estou dizendo pra parar de comprar autores homens, ou que você está errado em lê-los. A questão é que durante muito tempo escritoras não eram permitidas (você já estudou Literatura no ensino médio, certo?). Além disto, estando numa sociedade de bases machistas isto vai repercutir em todas as áreas. Portanto, dar visibilidade as autoras é importante. A presença de mulheres como protagonistas de histórias - livros, filmes, séries, programas de tv etc - é importante. 

3. Maternidade
Pensando sobre retratar mulheres, muito se tem falado sobre uma abordagem menos romanizada da maternidade. Não concordo com o que a protagonista fez, fiquei com raiva dela o livro todo praticamente, porém suas escolhas são humanas e falhas, cheias de incertezas, principalmente nessa área de sua vida. É uma trama sincera.

Uma pequena referência. Só quem leu, entende haha


4. O título
Você vai descobrir relativamente rápido o porquê do livro se chamar assim, mas pra mim o título reflete de maneira excelente o estilo de Elena: intimista, metafórica. A descoberta do motivo deste nome para o livro também me surpreendeu porque revelou de uma vez por todas que a expectativa que tinha para a história estava errada. Valeu pontuar.

5. A edição
Está linda. A capa é maravilhosa (adoro ilustrações) e a cartela de cores complementa a experiência de ambientação da história. Boas e cuidadosas escolhas.

Então é isso, gente. Caso você acompanhe o Instagram do blog percebeu que demorou, mas finalmente esta postagem saiu! Um beijo e até a próxima!

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