sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Cadê o espírito olímpico?


Hoje temos o início dos Jogos Olímpicos de 2016, porém isso já é de conhecimento geral. Eu sempre amei esse evento, inclusive, quando se está em época de Copa do Mundo fico sempre a pensar que os Jogos poderiam começar logo depois. Lembro-me com perfeição de em 2004 ficar encantada com a imagem da grávida na abertura das Olimpíadas em Atenas - bem, eu tinha 4 anos, portanto, é a única coisa que me vem a mente - a partir daí, tudo referente a essa época me atrai.
cena da abertura dos Jogos de Atenas, em 2004.
Quando o Rio de Janeiro foi anunciado como a sede a minha animação foi imensa, assim como a desconfiança. Mesmo com tudo dando errado, a esperança é a última que morre, certo? Bem, parece que finalmente todos perderam qualquer resquício dela. Fico profundamente chateada quando vejo um(a) brasileiro(a) gravando algo com legenda em inglês piorando ainda mais a imagem do país com seus "avisos" para os gringos. Dê uma pesquisada rápida em alguns poucos jornais internacionais e verá que a imagem do Rio de Janeiro já está extremamente negativa, não se incomode em ter que complicar ainda mais as coisas, ok? 

Não sei se você, meu caro leitor, se incomoda, mas eu moro neste país, nasci neste país, e não gosto quando falam mal da minha casa. Meu foco não é discutir sobre o que deu errado em todo o processo, pois é fácil deduzir que qualquer pessoa consiga sentir o reflexo da crise, e especificamente no Rio de Janeiro, não é desafio algum andar pela cidade e perceber as obras, o trânsito, a Baía de Guanabara... A questão principal é que mais uma vez todos os problemas parecem se sobrepor ao dia a dia do Brasil. 

Também não se engane ao imaginar que não me importo como fato de que todo o dinheiro aplicado nos Jogos poderia ter sido investido nas necessidades básicas da população, contudo, as Olimpíadas são um evento milenar com um significado maravilhoso. Na Grécia Antiga, as guerras paravam para realização dos jogos, a partir disso, podemos perceber o quanto a paz e a união estão atrelados a realização deste evento. 

O povo brasileiro convive diariamente com o uso do pão e circo pelos governantes, mesmo assim, os Jogos aconteceriam independente do uso deles para marketing político; poderia ser no Butão, mas eles ocorreriam da mesma forma. Os atletas brasileiros e estrangeiros não possuem culpa alguma, na verdade, eles de certa forma se tornam vítimas, pois apesar de todo esforço em defender sua pátria e toda luta para viver do esporte - sabemos que no Brasil é um grande desafio - as pessoas não reconhecem e muitos ainda desprezam o momento.

A tocha olímpica passou na minha cidade, e digo com orgulho que esperei sua passagem, afinal, o espírito olímpico independe de qualquer manobra política; esse momento é muito maior do que tudo de ruim que possa ter acontecido, é maior do que o marketing das grandes emissoras de tv. Que possamos separar as coisas para sermos cidadão críticos, porém nunca deixando de vibrar com o esporte.


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