sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Aquela semana


Sentia que estava finalmente liberto. Depois de tanto tempo pensando e imaginado, pedindo uma resposta a minha consciência olhei os acontecimentos recentes de maneira diferente. Entendi que você não estava lá. Aquela semana me fez reconhecer meus medos e as incertezas, mas passou. Finalmente. Passou e eu não espero que volte.

O seu poema guardado no fundo da gaveta ficaria e nenhuma culpa eu sentiria, porque finalmente pude ver que ambos seguimos em frente. Aquela semana colocou minha autoestima lá no céu, me fez enxergar tudo o que mudou aqui dentro. Verdades que aceitei, mesmo estando apavorado. Não dependia apenas das suas respostas como eu imaginava, mas também de eu fazer as perguntas certas.

Os seus telefonemas eu já poderia atender sem o medo de não saber o que falar. Dizem pra mim que não posso chorar, só que eu não ligo. Foram as lágrimas que caíram que limparam a fumaça que pairava sobre mim, aumentando meu campo de visão e fazendo com que finalmente eu pudesse pegar minha vida e dar qualquer rumo a ela. 

Naquela semana eu pude marcar a nossa conversa na cafeteria da esquina da sua rua sem suar frio. A gente se abraçou. Conversamos sobre os últimos meses de forma franca entre goles de um café e de um achocolatado. Dessa vez quem chorou foi você, e mesmo sendo poucas lágrimas eu consegui  ver; mesmo com seu cabelo no rosto escondendo os olhos vermelhos. Não usei as metáforas que escrevi no meu caderno e nem fui tão eloquente quanto gostaria, mas você entendeu o que deveríamos fazer.

Você também se libertou da tal fumaça, que nada mais era que nossos propósitos totalmente diferentes. Você também reconheceu suas incertezas. Agora nós dois, apesar da distância que nos foi imposta, podemos atender os telefones sem ter medo do que falar. Libertador, não é mesmo? A graça é essa, sabe... Um abraço, dois beijos e bora seguir a vida.

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